O Dia Nacional da Mata Atlântica é comemorado no dia 27 de maio: foi nessa data em que, em 1560, que o padre José de Anchieta escreveu a Carta de São Vicente, relatando aos seus superiores a beleza natural que ele presenciava no Brasil, uma incrível muralha verde com uma fauna riquíssima.
Hoje, o dia relembra a urgência e a importância de preservar essa vegetação: só restam 12% da mata original.
A seguir, selecionamos seis parques nacionais em que é possível vivenciar a Mata Atlântica preservada entre trilhas, cachoeiras, montanhas, cavernas e outros atrativos impressionantes.
Parque Nacional do Caparaó (MG/ES)
Localizado na divisa de Minas Gerais com Espírito Santo, o parque guarda o Pico da Bandeira que, com seus 2.892 metros, é o terceiro mais alto do Brasil. Para alcançar seu cume, é preciso bom preparo físico, mas a subida é mais fácil do que outros picos do Brasil. Há campings e abrigos de montanha dentro do parque e muitos visitantes passam à noite e sobem a etapa final da trilha de madrugada para apreciar o nascer do sol no alto da montanha. A Mata Atlântica predomina na parte baixa do parque, onde ficam as cachoeiras: Bonita, Vale Encantado e Vale Verde, pela portaria mineira; Farofa, Aurélio e Sete Pilões, pelo lado capixaba. A cidade com melhor oferta de hospedagens e restaurantes é a mineira Alto Caparaó.
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Parque Nacional da Serra dos Órgãos (RJ)
Uma das paisagens mais incríveis do estado do Rio de Janeiro é a cadeia de montanhas que separam Petrópolis e Teresópolis. Os picos lembram tubos de um órgão de igreja, por isso levam esse nome. Quem tem ótimo preparo físico pode encarar um dos mais cênicos trekkings do país, a travessia Petrópolis-Teresópolis, com 42 km de extensão e feita geralmente em três dias. O ponto culminante da travessia é a Pedra do Sino, a 2.275 m de altitude e um visual arrebatador. Quem não quiser fazer o trekking completo, pode chegar na Pedra do Sino caminhando 11 km a partir da portaria principal do parque, em Teresópolis. Na portaria de Petrópolis, o atrativo mais tranquilo é a Cachoeira Véu da Noiva, a duas horas de caminhada. Agora, quem quer caminhar bem pouco e curtir um poço para banho belíssimo em meio à Mata Atlântica, deve seguir para a subsede do parque em Guapimirim e curtir o Poço do Rio Soberbo – a subsede fica bem ao lado da Rodovia Rio-Teresópolis.
Parque Nacional do Itatiaia (RJ)
A viagem de São Paulo ao Rio de Janeiro pela Via Dutra tem a paisagem marcada pelas montanhas da Serra da Mantiqueira ao lado esquerdo. Após a divisa dos estados, as montanhas ficam mais próximas, bem mais elevadas e com vegetação exuberante. Aí fica o Parque Nacional do Itatiaia, o mais antigo do Brasil, criado em 1937. Há dois núcleos bem definidos. Próximo à Via Dutra, na cidade de Itatiaia, fica a parte baixa do parque, com densa vegetação de Mata Atlântica. Frequentada por famílias, esse núcleo tem muitas cachoeiras no Rio Campo Belo e seus afluentes, além de lojinhas, hotéis e um Centro de Visitantes com um museu da fauna e flora da região. A parte alta do parque é voltada para adultos com bom condicionamento físico. Com acesso pela estrada que vai para Itamonte (MG), esse trecho apresenta picos bem elevados com subidas bem difíceis, caso do Pico das Agulhas Negras, o grande cartão-postal do parque.
Parque Nacional do Iguaçu (PR)
Quem acha que o Parque Nacional do Iguaçu resume-se às Cataratas do Iguaçu, ledo engano. O segundo parque nacional mais antigo do Brasil, criado em 1939, abrange uma área de 185 mil hectares, protegendo uma imensa área de Mata Atlântica no estado do Paraná. Além do Polo Cataratas, em Foz do Iguaçu, existem mais três núcleos abertos à visitação: Rio Azul, em Céu Azul; Silva Jardim, em Serranópolis do Iguaçu; e Ilhas do Iguaçu, em Capanema. Quem quer fazer uma imersão divertida na mata, a dica é fazer o passeio do Macuco Safari. O início é por uma trilha de 2 km feita em um carrinho elétrico, seguido de uma caminhada de 600 metros, onde o visitante pode tatear a vegetação e observar a fauna local. O ápice do passeio é a aventura em um bote inflável motorizado que passa por debaixo das cataratas.
Parque Nacional do Pau Brasil (BA)
Criado em 1999 para comemorar os 500 Anos da chegada dos portugueses, o parque está localizado a 40 km de Porto Seguro e abrange uma área de 19 mil hectares. É um bom programa para se fazer em família para quem está na cidade. Há seis trilhas abertas para visitação: a mais longa tem 2.500 metros e é bem tranquila. Pelo caminho, os visitantes têm contato com árvores centenárias, entre elas, muitos exemplares do pau-brasil. Principal trilha do parque, a Patatiba termina na Cachoeira da Jacuba, onde o banho é uma delícia. O local também é muito procurado por observadores de aves – já foram catalogadas 214 espécies de aves, a maioria endêmica da Mata Atlântica e em risco de extinção. Com sorte, avista-se uma harpia, a maior águia das américas. Além das trilhas, há três mirantes para apreciar a densa vegetação.
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Parque Nacional da Serra do Itajaí (SC)
Com a função de proteger a mais contínua área de Mata Atlântica catarinense, o parque foi criado em 2004 com 57 mil hectares, abrangendo nove municípios: Apiúna, Ascurra, Blumenau, Botuverá, Gaspar, Guabiruba, Indaial, Presidente Nereu e Vidal Ramos. Com acesso por todas as cidades, o parque é procurado para caminhadas, cicloturismo e voo livre. Há cerca de 30 trilhas distribuídas em sua extensão, sendo que a mais famosa é a da Lagoa Azul – com acesso por Guabiruba, ela tem 5 km com dificuldade moderada, caminhando a maior parte do tempo dentro de um rio até chegar ao poço de coloração azul. Para ter uma dimensão da imensidão do parque, vale a pena subir os 6 km de trilha íngreme para chegar no alto do Morro do Spitzkopf, em Blumenau.